terça-feira, 17 de agosto de 2010

Madrugada Eterna

É madrugada.
Devem ser três e tantas da manhã,
Já até perdi a hora.
A noite está perfeita.
Calma, silenciosa, fria, fúnebre...
Aqui do lado de fora me sinto melhor.
Sentir o vento tocar minha pele suavemente,
Sentir o frio acariciante dessa madrugada solitária.
Estou aqui a sujar linhas por que não consigo dormir.
Pensamentos me atormentam todas as noites, me deixando ainda mais confusa.
Nada como um cigarro para me acompanhar nessa longa madrugada.
Acabo de olhar meus braços; retalhados pela angustia de minha vida insignificante.
Pelo amargor do ar que respiro,
Pela dor de viver trancada.
Olho pro cigarro e observo à fumaça.
Observo como ela dança no ar, feliz por ser livre para ir onde quiser.
Quantas vidas será que teve o Sol até esta tarde? 
Milhões?
Pelo menos sua vida tem um fim todos os dias.
Alguém sabe o que é querer morrer e não poder?
Sabe o que é ver seu amor ir embora e você viver milênios a sofrer por isso?
Por que muitos têm medo da morte?Por que temê-la?
Eu queria ter a morte. Mas ela não me quer ter.
Sou obrigada a viver a eternidade em sofrimento. Sem direito a redenção.
E ainda viver em trevas.
Todas as noites, vago por aí.
Ruas vazias e silenciosas.
Noites como essa, me agradam.
Calma e fria.
Aquieta minha sofrida alma.
Não sei quanto tempo falta para o sol recomeçar mais uma vida.
Eu continuarei com a única que tive.
A única vida que tenho até hoje.
Condenada a não morrer.
Condenada a viver para sempre.
Viver em eterna escuridão,
Eterna solidão,
Eterno sofrimento.
Sem sorrir.
Somente a chorar,
Derramar lágrimas.

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